sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Castelos do Açu

    A magia de estar na montanha é algo inexplicável para quem aprecia, ininteligível para quem desconhece e inimaginável para quem pretende conhecer. Portanto, somente é contagiado aquele que conquista a montanha.

 Os Castelos do Açu são protagonistas do morro do Açu. Estamos falando da montanha mais conhecida entre os Petropolitanos. Localizada no Parque Nacional Serra dos Órgãos (PARNASO), a 2.232 m de altitude. O principal acesso ocorre pela Sede Petrópolis, no Pinheiral, bairro do Bonfim - Correas.

  Interessante notar que devida as curiosas formações rochosas encontradas no PARNASO, a imaginação humana, associando as formas geológicas com figuras semelhantes, nomeou cada uma delas.

   O nome oficial é Castelos do Açu, fazendo referência ao aglomerado de rochas enormes, e que, juntas, curiosamente formam uma escultura monumental de uma Tartaruga. Assim, foi-me apresentada: Pedra da Tartaruga. É claro que isso não é pacífico. Afinal, a imaginação humana é infinita. Há também quem visualize a escultura de uma baleia. No entanto, segundo um experiente guia local, a origem do nome Açu estaria associado a palavra tatu, outro animal que se pode imaginar através de tal rocha. De todos eles, a Tartaruga é a que melhor consigo visualizar, em termos de perfeição. É aquilo, a primeira impressão é a que fica!

  Contudo, semanticamente, a palavra Açu é um radical de origem tupi, com função adjetiva, que significa grande. Bastante coerente com as dimensões da rocha.

  O percurso até o Açu tem aproximadamente 8 km e se divide em alguns pontos de paradas estratégicas. O primeiro trecho é da portaria do parque até uma encruzilhada chamada VÉU X AÇU. Nesse ponto as coisas se definem. E quem pegar o caminho à direita está ingressando em uma viagem mais longa até os campos de altitude.

   Essa primeira parte é um dos trechos mais difíceis da caminhada, pois é longo e nos prepara para o vem pela frente. Depois, seguimos para o segundo ponto de parada: a PEDRA DO QUEIJO. O formato da pedra bem que lembra um queijo, mas o que dizem é que esse nome veio associado ao fato de que é ali que as pessoas descarregam o suor.

   Bom, o fato é a pedra do queijo é nosso primeiro mirante digno de uma foto. De lá é possível avistar o ponto inicial da caminhada e já ficamos surpreendidos com o quanto ganhamos altitude. Porém, de lá também avistamos onde queremos chegar. Coloca-se a nossa frente um belo paredão verde que teremos que enfrentar para chegar ao chapadão, o trecho mais bonito da caminhada.

   Mas antes do chapadão temos mais uma parada obrigatória: o AJAX. É o nosso terceiro ponto, e um dos mais importantes, pois é a hora de reabastecer os cantis. Uma nascente de água cristalina nos permite um momento de recarga para encarar o trecho mais exigente da trilha, a ISABELOCA.

   Esse é o trecho em que a trilha é mais acidentada, a desarmonia da erosão com as pedras no caminho formam degraus irregulares, sendo, algumas vezes, necessário o auxílio das mãos para vencer os obstáculos. Há quem diga que o nome ISABELOCA (Isabel + oca = casa de Isabel) veio pelo fato de a Princesa Isabel, integrante da Família Real, teria passado muito por lá, inclusive sendo responsável pela primeira catalogação de orquídeas na região.

   Vencida a Isabeloca, chega-se ao mais belo trecho da caminhada: o CHAPADÃO. Esse nome é autoexplicativo quando se está lá. Porque trata-se uma bela crista a 2000 m de altitude que nos leva até o Açu. Nesse ponto já estamos em campos de altitude, e já é possível avistar a cidade do Rio de Janeiro, com destaque para a Baía de Guanabara que parece um espelho ao fundo do cenário.



   Agora estamos muito perto de alcançar o topo. Após caminhar alguns minutos pelo chapadão percebe-se que, apesar de tão alto, ainda há altitude a ganhar, e o trecho não é tão plano como se esperava. Mais três morros precisam ser vencidos.

   Ao chegar ao Açu, sensação única que o sentido da visão pode nos proporcionar. Avistar a pedra da Tartaruga talvez seja equiparada a visão do oásis. É nesse momento que tudo ganha significado, e concluímos que estar ali tem o seu preço, e posso dizer agora que é um preço módico.

   Conquistado o topo, é hora de apreciar a experiência e as sensações de estar naquele lugar. Essa expedição pode ser feita em um dia apenas. No entanto, o ideal é acampar para contemplar os espetáculos que acontecem no pôr e no nascer do Sol.

   Além disso, dormir em barracas, curtir o frio da montanha e observar o céu noturno, sem as interferências urbanas, são outras das muitas experiências que se pode vivenciar.

   O pôr do sol tradicionalmente é visto do Cruzeiro, ponto mais alto do Açu. E é sempre o mesmo ritual: a galera vai chegando e se acomodando ... câmeras a postos, aguardando o espetáculo começar.




   A energia captada nesse momento é imensurável, mas ainda não é tudo. Após o pôr do sol é que se pode ter a melhor visão da Cidade Maravilhosa toda iluminada. O cair da noite também nos traz um presente, a Lua, que parece estar bem mais perto agora.

Nascer do Sol no Açu!
   E depois de uma noite dessas, talvez o momento mais esperado de todos seja o amanhecer. O nascer do Sol é contagiante, após uma noite fria, a energia solar é capaz de despertar sentimentos únicos e nos fortalecer para o novo dia que acaba de chegar. Além disso, é uma oportunidade de observar a viagem que fazemos todos os dias em uma velocidade de aproximadamente 1.666 km/h. A aproximação do Sol dá vida ao dia e os observadores já esperam ansiosos a pela sua aparição.

Quer conhecer esse lugar incrível? Então entre em contato com a gente!