segunda-feira, 28 de julho de 2014

Caminhar para conquistar!

   O Montanhismo tem a peculiar característica de nos deixar muito próximos do nosso estado selvagem, o contato com a natureza parece nos levar a algo que conhecemos intimamente, embora não tivéssemos a oportunidade de vivenciar.

   Tudo começou com uma vontade imensa de emergir. O desejo de chegar ao topo moveu essa história sentido avante.

   A sensação da conquista é magnífica, pois só pode ser alcançada por esforços próprios, vencendo limites e encarando desafios, neste caso, por um objetivo finalístico, porém, aparentemente, não tão teleológico.
Então, sobre o "porquê" subir a montanha, vale a pena citar a clássica resposta de George Mallory, o primeiro homem a chegar ao topo do Mundo, em 1924 (ainda que não oficialmente): "Because it's there!"

   No entanto, ainda que se deva admitir que não exista um porquê a se questionar, é perfeitamente possível atribuir variados significados ao prazer de conquistar uma Montanha. A história do homem mostra sua busca constante pela conquista, que se resume em alcançar algo que se almeja. E, de fato, algo que se deseja é a essência da subjetividade, logo, o significado é tão pessoal que não caberia, se quer, o questionamento sobre o "porquê" subir a montanha.

   Abro aqui, então, um parêntese. Para mim, quem irá narrar nas próximas postagens suas experiências como Montanhista, conquistar uma montanha é um aprendizado para a vida!

   Chegar ao topo de uma montanha, ainda que não seja a maior do Mundo, ou mesmo que digam que não é uma montanha verdadeiramente, exige preparo, cuidados e respeito. Antes de se entregar ao ambiente um tanto selvagem e, as vezes, hostil que a natureza nos reserva é preciso se preparar, prevendo tudo o que é possível, dentre equipamentos e alimentos, que serão necessários para o sucesso da expedição. Além disso, são necessários cuidados de sobrevivência, afinal, estamos em território alheio, centenas de outros seres vivos habitam o ambiente que se quer adentrar, inclusive animais peçonhentos, por isso, todo cuidado é pouco. Por fim, o respeito que a Natureza merece, tamanha a sua superioridade e autoridade, nos enquadrando em nosso lugar de visitantes e não donos da casa.

   O caminho até onde se quer chegar é longo, a trilha é acidentada, o peso que se deve carregar é aquele necessário à própria subsistência. A cada passo dado, reduz-se o percurso até o objetivo, quanto mais se anda, menos há para andar. 

   É preciso muita paciência e determinação para entender a missão, programá-la,  e, por fim, executá-la. A recompensa é certa, mas muitas vezes será preciso sabedoria para enxergar a beleza em meio as nuvens que ofuscam sua visão e sentir a energia intensa do ambiente natural, ainda que o frio, algumas vezes cortante, iniba quaisquer outras sensações.

  Já a beleza monumental quando explícita é capaz de despertar até o mais urbano e insensível dos homens. Porque a grandeza do cenário impõe, no mínimo, respeito. Qualquer semelhança de tudo isso com o que devemos aprender para a vida é mera coincidência!!!